Thursday, January 06, 2005

Os mortos

Uma hora ele adormeceu e entrou num caixão, uma parte sob o sol da varanda de entrada. Na sala jazia outra caixa preta apertada, um corpo dentro. Poucas visitas e um santo sobre o corpo primeiro, acima da cabeça. Ele abriu os olhos, eu vi e avisei, mas não deram ciência. Depois começou a dizer coisas desconexas, levantou-se, deixou o caixão. Estava alto, quase gigante. Alguns querendo convencê-lo a voltar. O outro também se levantou e ficaram os dois negando a morte sobre a calçada, enquanto se buscava o enfermeiro longe. O homem chegou, os pegou pelos braços e o primeiro fechou os olhos de novo. O outro ficou vivo até despertar.